quinta-feira, 16 de junho de 2011

ATRAVÉS DE COLAGENS WALTER TOMMASI DIALOGA COM SEUS MOSAICOS POLI CROMÁTICOS


Kafka afirmava que “o diálogo e, extremamente, por isso, precisa ser engajado”. Este pensamento é, para “Walter Tommasi”, um convite para abrir o diálogo sabendo que o que escapa da palavra, a arte acolhe no jogo infinito da universalidade.
A amplitude dos temas, a riqueza intelectual do qual são investidas suas obras e a força das soluções artísticas que elas propõem, tudo faz com que a produção desse artista seja atualmente impregnada de uma intensa produção textual, ocupada em decifrar um trabalho cuja dimensão simbólica é tanto manifesta quanto enigmática no seu próprio conteúdo.
Para Walter Tommasi, as palavras são impregnadas de imagens e as imagens são os textos contidos em suas colagens.
Cada quadro cosntitui uma emanação de unidade do todo. Iconografia complexa, reveladora de um sentimento perdido, de um mundo em fuga, universo alusivo onde a história, a memória e a poesia comunicam e se transcendem. Espaço de meditação, suas colagens formam um mosaico que oferece também ao artista ocasião de dar livre curso à sua imaginação e a toda sua ironia.
Pintor de rara sensibilidade, o artista conseguiu obter com o emprego de uma escala cromática de tons difundidos, novas energias expressivas, rarefeitas atmosferas e aquela particular tensão que o tema requer. Além do forte cromatismo que se projeta no observador, os quadros de Tommasi  são atravessados de luz, em um espaço ilimitado e imutável onde o olhar pode livremente viajar e cujas inscrições precisam ser interpretadas.
O artista não se contenta em degustar um bom livro, tema de suas recentes obras. Por meio de rótulos de títulos famosos, que formam um verdadeiro labirinto em seus mosaicos, ele nos convida a participar também de seus prazeres.
Na obra “Meus Prazeres 58”, doada ao cervo Artístico da Asembléia Legislativa, Tommasi mescla o cotidiano e a lenda, realismo e liberdade inventiva com um novo vigor intelectual e consegue obter dos temas que mais lhe agradam, uma poesia leve e sutil.

Emanuel von Lauenstein Massarani – Crítico de Arte

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